quarta-feira, 14 de outubro de 2009

ADAM SMITH vs INTERNET

Em 1776 Adam Smith (escritor e filósofo nascido na Escócia) escreveu um livro chamado A Riqueza das Nações (Wealth of Nations), onde abordava as razões que seriam responsáveis por uma nação ser rica e outra pobre. Suas ideias permanecem importantes até hoje e são usadas por quase todas as nações desenvolvidas.

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As leis de Adam Smith funcionaram que era uma beleza durante muito tempo. Até que em 1956 aconteceu algo fantástico nos Estados Unidos: o número de “trabalhadores de conhecimento” passou, pela primeira vez na história da humanidade, o número de “trabalhadores braçais” ou de “fábrica”.

Existiam agora mais contadores, professores, engenheiros, advogados, publicitários, consultores e afins do que trabalhadores clássicos como agricultores e metalúrgicos.

E qual a diferença do primeiro para o segundo grupo?

O primeiro trabalha com um produto intangível chamado “informação“.

Esse foi o marco do fim da era industrial. A era da informação acabara de nascer. E com isso, a demanda por informação estava mais alta do que nunca. E foi ai que os três pilares de Adam Smith começaram a balançar na base.

Veja bem… antes da internet, qualquer informação era paga. As indústria literária e a fonográfica cresciam de vento em popa. Os autores de qualquer pedaço de informação ou propriedade intectual eram (razoavelmente) pagos por sua criação. Impérios de mídia (televisão, rádio, jornais e revistas) foram criados. Claro,se você emprestar um disco ou livro para um amigo, ele teria acesso ao conteúdo sem pagar nada … mas você pagou.

Mas com o advento da internet, a casa de Adam veio abaixo.

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De acordo com nosso amigo Adam, quando algo é controlável, pessoal e previsível ele teria (teoricamente) o máximo valor. Mas com a internet veio a explosão de e-mails, websites, foruns, blogs, vídeos e redes sociais e nunca se teve tanto acesso a conteúdo público e grátis (olha o que aconteceu com os jornais de papel depois da internet) - e mesmo assim, nunca se teve tanta sede de conhecimento quanto agora.

Hoje, a distância de um clique, você tem acesso a informação de qualidade de todo o tipo, geralmente disponibilizada por outras pessoas para qualquer um que deseje acessá-la.

Então… vivemos num mundo imerso em (e movido por) informação e que (graças à internet) tornou-se a prova viva que as leis econômicas de Adam precisam ser reformuladas e adaptadas, pois não são mais eficazes.

O futuro das leis econômicas

Em um mundo com muita informação, surge a escassez de outro recurso extremamente precioso para nossa vida moderna, que é a capacidade de prestar atenção.

Veja bem, se você tem um filho, ele ganha tanta atenção da família que pode ficar mimado. Se você tem dez filhos, enquanto vivermos em um mundo onde o dia continua tendo só 24 horas, eles nunca terão a a atenção de qualidade que um só filho demanda de um pai ou mãe.

Se no nosso dia lemos sobre dez assuntos diferentes, não é possível ler todos com a mesma atenção que se focasse em um só assunto e aprendesse tudo sobre ele.

Logo, a “atenção” que temos para distribuir entre os assuntos que são mais importantes para nós se torna o mais valioso “recurso” da sociedade moderna. Quem tem a capacidade de levantar e manter a atenção de outras pessoas tem a mais alta chance de ter sucesso em sua área de atuação.

A atenção rende ótimos frutos

E é por isso que atletas, atrizes, músicos e astros de TV têm as mais bem pagas profissões do mundo. Dúvida? Recentemente o jogador português Cristiano Ronaldo foi vendido para o time de futebol espanhol Real Madrid por R$ 257 milhões – o maior valor já pago por um jogador na história do futebol.

No dia de apresentação oficial do jogador para a torcida do Real Madrid, ele bateu três recordes ao mesmo tempo: maior número de camisetas vendidas, maior valor pago por um jogador na história e o maior número de torcedores presentes para ver a apresentação de um jogador.

É por isso que times mais ricos procuram comprar o passe de jogadores como Cristiano Ronaldo. Quando citam o nome dele na TV, as pessoas param para ver. As pessoas comentam. Assistem videos dele no Youtube.

Ele tem a atenção das pessoas. Atenção essa que as empresas (patrocinadores) estão muito dispostos a pagar um premium para ter um pouco dela refletida em suas marcas.

Nossa atenção determina o que aprendemos, absorvemos e sentimos. Nosso conhecimento e sentimentos determinam nossas decisões.

Imagine o poder disso! E você? Se arriscaria a chutar qual regra poderia ser a próxima a dominar o mundo ecônomico? Ao seu sucesso!



Texto completo em www.webinsider.uol.com.br

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